Lendas
As
lendas são de cunho popular, transferida de geração para geração de forma oral.
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BOITATÁ
GIGANTESCA COBRA-DE-FOGO QUE PROTEGE OS CAMPOS CONTRA OS QUE O
INCENDEIAM. VIVE NA ÁGUA E PODE SE TRANSFORMAR EM UMA TORA EM BRASA, QUEIMANDO
QUEM PÕE FOGO NA MATA. SEGUNDO A LENDA, ELA É A ALMA PENADA DE UM MENINO PAGÃO
OU DE PESSOAS QUE COMETERAM INCESTO.
CURUPIRA
JÁ MENCIONADO PELO PADRE ANCHIETA EM 1560, É O DEMÔNIO DAS FLORESTAS
AMAZÔNICAS. SEUS PÉS VIRADOS PARA TRÁS CONFUNDEM OS CAÇADORES, FAZENDO COM QUE
SE PERCAM NAS MATAS. SURGE E DESAPARECE DE REPENTE. OS ÍNDIOS DEIXAVAM
PRESENTES, COM FLECHAS E PENAS, PELO CAMINHO PARA QUE O CURUPIRA NÃO LHES
FIZESSE MAL.
MULA-SEM-CABEÇA
A MULHER QUE FAZ ALGUM MAL, NAS NOITES DE QUINTA PARA SEXTA-FEIRA SE
TRANSFORMA NA MULA-SEM-CABEÇA. ANTIGAMENTE, DIZIAM QUE ISSO ACONTECIA COM
MULHERES QUE NAMORASSEM PADRES. ELA SAI PELOS CAMPOS SOLTANDO FOGO PELAS VENTAS
E RELINCHANDO. SEGUNDO A LENDA, O ENCANTO SE QUEBRARÁ SE ALGUÉM CONSEGUIR TIRAR
O FREIO DE FERRO DE SUA CABEÇA (COMO?). EM SEU LUGAR, SURGIRÁ UMA MULHER
ARREPENDIDA.
LOBISOMEM
O MITO DO LOBISOMEM SURGIU NA EUROPA. O FILHO GERADO DEPOIS DE SETE
PARTOS CONSECUTIVOS NOS QUAIS NASCERAM MENINAS SE TRANSFORMA NUM ENORME LOBO
NAS SEXTAS-FEIRAS DE LUA CHEIA, EXATAMENTE DA MEIA-NOITE ÀS DUAS DA MANHÃ.
IARA
É A SEREIA BRASILEIRA, QUE VIVE NO RIO AMAZONAS, EM CUJAS PEDRAS VAI SE
EXIBIR NAS NOITES DE LUA. PENTEIA OS LONGOS CABELOS VERDES COM UM PENTE DE OURO
E É CAPAZ DE CEGAR QUEM A ADMIRA. ATRAI PARA SEU PALÁCIO NO FUNDO DAS ÁGUAS OS
JOVENS COM QUEM DESEJA SE CASAR. NA EUROPA, E VERSÃO É A DE DAMAS DOS RIOS, QUE
SÃO CHAMADAS DE ONDINAS.
Parlendas
As
parlendas são conjuntos de palavras com ritmo que pode rimar ou não, normalmente
são brincadeiras, jogos ou movimento corporal.
Boca de forno
Forno
Tira um bolo
Bolo
Se o mestre mandar?
Faremos todos!
Mourão, mourão
Tome teu dente podre
Dá cá meu são.
Quem cochicha
O rabo espicha
Come pão
Com lagartixa.
Cadê o toucinho
que estava aqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Cadê o mato?
O fogo queimou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Foi carregar trigo.
Cadê o trigo?
A galinha espalhou.
Cadê a galinha?
Foi botar ovo.
Cadê o ovo?
O frade bebeu.
Cadê o frade?
Ta no convento.
O macaco foi à feira
Não teve o que comprar
Comprou uma cadeira
Pra a comadre se sentar.
A comadre se sentou
a cadeira esborrachou
Coitada da comadre
Foi parar no corredor.
Pra cima ou pra baixo?
Lá vai a bola
Girar na roda
Passar adiante, sem demora,
pois se ao fim desta canção
você estiver com a bola na mão
depressa, pule fora.
Um, dois, feijão com arroz,
Três, quatro, feijão no prato,
Cinco, seis, feijão inglês,
Sete, oito, comer biscoitos,
Nove, dez, comer pastéis.
Trava-línguas
Os trava-línguas
brincam com o som, a forma gráfica e o significado das palavras, o desafio é
falar sem tropeços na pronúncia das palavras.
O sabiá não sabia que o sábio sabia que o sabiá
não sabia assobiar.
O tempo
perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo que o
tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.
O peito do pé de Pedro é preto. Quem disser que o
peito do pé de Pedro é preto tem o peito do pé mais preto do que o peito do pé
de Pedro.
A aranha
arranha a rã. A rã arranha a aranha. Nem a aranha arranha a rã. Nem a rã
arranha a aranha.
O rato roeu a roupa do rei de Roma. Rainha
raivosa rasgou o resto.
Fábulas
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Nas
fábulas os personagens são animais que apresentam características humanas, tais
como a fala, os costumes.
Um rato que morava na Cidade, acertando de ir ao campo, foi convidado por outro, que lá morava, e levando-o à sua cova, comeram ambos cousas do campo, ervas e raízes.
Disse o Cidadão ao outro: – Por certo, compadre, tenho dó de ti, e da pobreza em que vives. Vem comigo morar na Cidade, verás a riqueza, e a fartura que gozas. Aceitou o rústico e vieram ambos a uma casa grande e rica, e entrados na despensa, estavam comendo boas comidas e muitas, quando de súbito entra o despenseiro, e dois gatos após ele. Saem os Ratos fugindo. O de casa achou logo seu buraco, o de fora trepou pela parede dizendo:
Ficai vós embora com a vossa fartura; que eu mais quero comer raízes no campo sem sobressaltos, onde não há gato nem ratoeira. E assim diz o adágio: Mais vale magro no mato, que gordo na boca do gato.
Moral da história: Mais vale magro no mato, que gordo na boca do gato.
Numa tarde, andava um grande Touro passeando ao longo da água, e vendo-o a Rã tão grande, tocada de inveja, começou de comer, e inchar-se com vento, e perguntava às outras rãs se era já tão grande como parecia? Responderam elas: Não!!! Pensa a Rã segunda vez, e põe mais força por inchar; e aborrecida por faltar muito para se igualar o Touro inchou de novo, mas tão rijamente, que veio a arrebentar com cobiça de ser grande.
Moral da história: Não cobiçar as coisas alheias!
Um corvo que passeava pelo campo, apanhou um pedaço de queijo que estava no chão e fugiu, acabando por pousar sobre uma árvore.
A raposa observando-o de longe sentiu uma enorme inveja e desejou de todo, comer-lhe o queijo. Assim pós-se ao pé da árvore e disse: Por certo que és formoso, e gentil-homem, e poucos pássaros há que te ganhem. Tu és bem-disposto e muito falante; se acertaras de saber cantar, nenhuma ave se comparará contigo.
O corvo soberbo de todos estes elogios, levanta o pescoço para cantar, porém abrindo a boca o queijo caiu-lhe. A raposa apanhou e foi-se embora, ficando o corvo faminto e corrido da sua própria ignorância.
Moral da história: Não dês ouvidos a quem te inveja.
Num dia soalheiro de Verão, a Cigarra cantava feliz. Enquanto isso, uma Formiga passou por perto. Vinha afadigada, carregando penosamente um grão de milho que arrastava para o formigueiro. - Por que não ficas aqui a conversar um pouco comigo, em vez de te afadigares tanto? – Perguntou-lhe a Cigarra. - Preciso de arrecadar comida para o Inverno – respondeu-lhe a Formiga. – Aconselho-te a fazeres o mesmo. - Por que me hei-de preocupar com o Inverno? Comida não nos falta... – respondeu a Cigarra, olhando em redor. A Formiga não respondeu, continuou o seu trabalho e foi-se embora. Quando o Inverno chegou, a Cigarra não tinha nada para comer. No entanto, viu que as Formigas tinham muita comida porque a tinham guardado no Verão. Distribuíam-na diariamente entre si e não tinham fome como ela. A Cigarra compreendeu que tinha feito mal...
Moral da história: Não penses só em divertir-te. Trabalha e pensa no futuro.
Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.
A lebre vivia caçoando da lerdeza da tartaruga.
Certa vez, a tartaruga já muito cansada por ser alvo de gozações, desafiou a lebre para uma corrida.
A lebre muito segura de si, aceitou prontamente.
Não perdendo tempo, a tartaruga pois-se a caminhar, com seus passinhos lentos, porém, firmes.
Logo a lebre ultrapassou a adversária, e vendo que ganharia fácil, parou e resolveu cochilar.
Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.
Já na reta final, viu finalmente a sua adversária cruzando a linha de chegada,, toda sorridente.
Moral da história: Devagar se vai ao longe!