domingo, 17 de julho de 2016

Literatura Realista e Naturalista "O Mulato" de Aluísio de Azevedo

Resumo do livro

Publicado em 1881, O Mulato é considerado o romance inaugural do Naturalismo no Brasil. Acabou gerando para seu autor, Aluísio Azevedo, diversas inimizades em São Luís, devido à sua crítica feroz à sociedade preconceituosa da época.
Raimundo é orfão de pai e vive afastado da mãe, uma ex-escrava. Volta da Europa formado para viver com o seu tio e tutor, Manuel Pescada, e acaba se interessando por sua filha, Ana Rosa. A paixão é correspondida, mas tem obstáculos nas restrições impostas pela família da moça devido às origens negras do rapaz.
Um dos mais empenhados em afastar os dois é o Cônego Diogo, responsável pela morte do pai de Raimundo, que o flagrara em pleno ato sexual com sua esposa, a branca Quitéria. Raimundo, desiludido após obter a confirmação de que não poderia ficar com Ana Rosa por ser filho de uma negra, decide ir para o Rio de Janeiro; Ana Rosa, porém, pede que ele fique. Os dois terminam fazendo amor e, a moça, engravidando.
Os dois planejam a fuga, mas têm os planos frustrados por Diogo e Dias, um caixeiro de Manuel que queria a mão de Ana Rosa. Quando volta para sua casa, Raimundo é morto por um tiro de Dias. Ana Rosa, ao vê-lo morto, aborta. Anos depois, porém, ela aparece em uma recepção oficial, casada com Dias, preocupada com os três filhos que eles deixaram dormindo em casa.
É possível identificar vários elementos realistas na história, como a crítica social, o anticlericalismo, a luta contra o preconceito racial, o aspecto sexual (presente na natureza carnal do amor de Ana Rosa pelo mulato) e o triunfo do mal. Há ainda, porém, algumas características remanescentes do Romantismo, como a idealização do herói, a trama cliché do amor que não se realiza devido a tradições e preconceitos e a natureza "rocambolesca" da história.


Fatos que considero importante:
Na literatura se apresenta diferentes identidades, diferentes contextos, diferentes imaginários. Logo, é preciso cuidar para não limitar, impondo modelos. A Lei N° 10.639/2003, que explicita e regulamenta a obrigatoriedade do ensino da “HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA”, alerta sobre a necessidade de se investir na formação do professor, uma vez que este profissional desempenha a função de mediador no processo de aquisição e apropriação do conhecimento e a literatura é um importante instrumento na reflexão sobre o contexto social, histórico e cultural no qual o sujeito está inserido. Desconstruir o preconceito é um caminho longo que perpassa pela apreensão do conhecimento individual e coletivo. E neste contexto que o professor poderá analisar os fatos históricos que construíram as relações de submissão e dependência dos povos e propor uma prática pedagógica em que o educando se reconheça e construa sua identidade de forma positiva.
A etnia negra, assim como outras etnias ficaram excluídas do processo histórico, a etnia pertencia ao tempo histórico, mas não a sociedade vigente, o negro no início do século XX , fora marginalizado, fora excluído do direito de ser um sujeito perante a sociedade, na literatura “O Mulato”, podemos observar este processo massacrante que o negro foi exposto. E devemos refletir e compreender qual o contexto histórico que conduziram à desagregação racial e social da figura do negro no Brasil e mostrar para o nosso aluno a importância que a raça negra teve do contexto social do nosso país, e por meio dela o profissional da educação poderá efetivamente atuar de maneira dinâmica no processo de desconstrução do preconceito e na construção de uma identidade nacional, pois um professor que contempla as diferenças étnico-raciais colabora diretamente na construção desta identidade de valorização do humano e do regaste social.

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