Resumo do livro
Publicado em 1881, O Mulato é considerado o romance inaugural
do Naturalismo no Brasil. Acabou gerando para seu autor, Aluísio Azevedo,
diversas inimizades em São Luís, devido à sua crítica feroz à sociedade
preconceituosa da época.
Raimundo é orfão de pai e vive afastado da mãe, uma
ex-escrava. Volta da Europa formado para viver com o seu tio e tutor, Manuel
Pescada, e acaba se interessando por sua filha, Ana Rosa. A paixão é
correspondida, mas tem obstáculos nas restrições impostas pela família da moça
devido às origens negras do rapaz.
Um dos mais empenhados em afastar os dois é o Cônego Diogo,
responsável pela morte do pai de Raimundo, que o flagrara em pleno ato sexual
com sua esposa, a branca Quitéria. Raimundo, desiludido após obter a
confirmação de que não poderia ficar com Ana Rosa por ser filho de uma negra,
decide ir para o Rio de Janeiro; Ana Rosa, porém, pede que ele fique. Os dois
terminam fazendo amor e, a moça, engravidando.
Os dois planejam a fuga, mas têm os planos frustrados por
Diogo e Dias, um caixeiro de Manuel que queria a mão de Ana Rosa. Quando volta
para sua casa, Raimundo é morto por um tiro de Dias. Ana Rosa, ao vê-lo morto,
aborta. Anos depois, porém, ela aparece em uma recepção oficial, casada com
Dias, preocupada com os três filhos que eles deixaram dormindo em casa.
É possível identificar vários elementos realistas na
história, como a crítica social, o anticlericalismo, a luta contra o
preconceito racial, o aspecto sexual (presente na natureza carnal do amor de
Ana Rosa pelo mulato) e o triunfo do mal. Há ainda, porém, algumas
características remanescentes do Romantismo, como a idealização do herói, a
trama cliché do amor que não se realiza devido a tradições e preconceitos e a
natureza "rocambolesca" da história.
Fatos que considero
importante:
Na literatura se apresenta diferentes identidades,
diferentes contextos, diferentes imaginários. Logo, é preciso cuidar para não
limitar, impondo modelos. A Lei N° 10.639/2003, que explicita e regulamenta a
obrigatoriedade do ensino da “HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA”, alerta sobre
a necessidade de se investir na formação do professor, uma vez que este
profissional desempenha a função de mediador no processo de
aquisição e apropriação do conhecimento e a literatura é um importante
instrumento na reflexão sobre o contexto social, histórico e cultural no qual o
sujeito está inserido. Desconstruir o preconceito é um caminho longo que
perpassa pela apreensão do conhecimento individual e coletivo. E neste contexto
que o professor poderá analisar os fatos históricos que construíram as relações
de submissão e dependência dos povos e propor uma prática pedagógica em que o
educando se reconheça e construa sua identidade de forma positiva.
A etnia negra, assim como outras etnias ficaram
excluídas do processo histórico, a etnia pertencia ao tempo histórico, mas não
a sociedade vigente, o negro no início do século XX , fora marginalizado, fora
excluído do direito de ser um sujeito perante a sociedade, na literatura “O
Mulato”, podemos observar este processo massacrante que o negro foi exposto. E
devemos refletir e compreender qual o contexto histórico que conduziram à
desagregação racial e social da figura do negro no Brasil e mostrar para o
nosso aluno a importância que a raça negra teve do contexto social do nosso
país, e por meio dela o profissional da educação poderá efetivamente atuar de
maneira dinâmica no processo de desconstrução do preconceito e na construção de
uma identidade nacional, pois um professor que contempla as diferenças
étnico-raciais colabora diretamente na construção desta identidade de
valorização do humano e do regaste social.
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